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Raio X: o que é, quando é indicado e como funciona?

O que é o raio X?

O exame de raio X é um procedimento para diagnóstico médico. Ele é feito usando radiação ionizante, que utiliza os raios X para gerar uma imagem médica (radiografia) de diferentes partes do corpo humano.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, os raios X são radiações eletromagnéticas. Na medida em que atravessam diferentes partes do corpo, sua intensidade sofre atenuação. Quanto mais densa a parte estudada, maior a atenuação.

Desta forma, os ossos, que são partes duras do corpo, atenuam uma grande quantidade de raios X e aparecem mais brancos nos filmes de radiografias. Partes moles, como, gordura, músculos, e vísceras, atenuam poucos raios X e aparecem opacas nas radiografias.

Outros nomes: Radiografia

História do raio X

A radiografia é exame de imagem mais antigo que existe, seu uso teve início na prática médica em 1895 após a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roentgen. Trabalhando com ampola a vácuo, ele descobriu raios que atravessavam vidro e papel e que não eram a luz. O pesquisador fez seu primeiro raio X da mão de sua esposa e verificou que os raios X atravessavam corpos humanos.

Para que serve o raio X?

O exame de raio X pode ser usado para diversas partes do corpo e com finalidades diagnósticas muito diferentes. Pode ser feita uma radiografia do tórax, dos ossos ou dos seios da face, por exemplo.

“Outros procedimentos que podem ser feitos são os que levam contrastes radiológicos – a base de bário ou iodo – para avaliar as vísceras ocas como esôfago, estômago ou intestino. São formas diferentes de radiografia, para partes diversas do corpo humano”, disse Gustavo Meirelles, gestor médico de radiologia do Grupo Fleury.

Como é feito o raio X?

O exame de raio X é feito por um técnico de radiologia e depois analisado por um médico. Há posicionamentos diferentes para realizar o exame, dependendo da região do corpo que é preciso analisar.

“O técnico deve posicionar adequadamente o paciente na mesa de exames e controlar o disparo dos raios X. O tempo de disparo e a intensidade dos raios são determinados de acordo com as densidades das partes do corpo a serem estudadas. Raios em excesso podem gerar radiografias muito opacas. Raios menos intensos do que o indicado podem gerar radiografias muito brancas, dificultando a sua interpretação”, indica Gustavo Meirelles.

Quando o raio X é indicado?

A radiografia é indicada em diversas situações, dependendo da parte do corpo que é preciso analisar. A tecnologia de raios X é usada para examinar muitas partes do corpo, como:

Ossos e dentes

  • Fraturas e infecções: Na maioria dos casos, fraturas e infecções em ossos e dentes aparecem claramente em raios X
  • Artrite: Raios X das articulações podem revelar sinais de artrite. Raios X tomados ao longo dos anos podem ajudar o seu médico a determinar se a sua artrite está piorando
  • Cárie dentária: Dentistas usam raios X para tirar fotos dos dentes e mandíbula e verificar se há cavidades
  • Osteoporose: Tipos especiais de testes de raios X podem medir a densidade óssea
  • Câncer nos ossos: Raios X podem revelar tumores ósseos.

Peito

  • Infecções ou condições pulmonares: Evidências de pneumonia, tuberculose ou câncer de pulmão podem aparecer nas radiografias de tórax
  • Câncer de mama: A mamografia é um tipo especial de exame de raios X utilizado para examinar o tecido mamário
  • Coração aumentado: Este sinal de insuficiência cardíaca aparece claramente em raios X
  • Vasos sanguíneos bloqueados: Alterações no fluxo sanguíneo para os pulmões e coração podem ser vistas em radiografias de tórax.

Abdômen

  • Problemas do trato digestivo: O bário, um meio de contraste fornecido em uma bebida ou um enema, pode ajudar a revelar problemas em seu sistema digestivo
  • Itens ingeridos: Se o seu filho engoliu algo como uma chave ou uma moeda, um raio X pode mostrar a localização desse objeto.

Além disso existem outros exames e procedimentos que usam tecnologia de raio X para diagnosticar ou tratar doenças:

  • Radiografia radiográfica: Detecta fraturas ósseas, certos tumores e outras massas anormais, pneumonia, alguns tipos de lesões, calcificações, objetos estranhos, problemas dentários, etc.
  • Tomografia computadorizada: Combina a tecnologia tradicional de raios X com o processamento do computador para gerar uma série de imagens transversais do corpo que podem ser posteriormente combinadas para formar uma imagem de raio X tridimensional. Imagens de TC são mais detalhadas do que radiografias simples e dão aos médicos a capacidade de visualizar estruturas dentro do corpo de muitos ângulos diferentes
  • Fluoroscopia: Usa raios X e uma tela fluorescente para obter imagens em tempo real do movimento dentro do corpo ou para visualizar processos de diagnóstico, como seguir o caminho de um agente de contraste injetado ou ingerido
  • Radioterapia no tratamento do câncer: Raios X e outros tipos de radiação de alta energia podem ser usados para destruir tumores e células cancerígenas danificando seu DNA. A dose de radiação usada para tratar o câncer é muito maior do que a dose de radiação usada para diagnóstico por imagem. A radiação terapêutica pode vir de uma máquina fora do corpo ou de um material radioativo que é colocado no corpo, dentro ou próximo às células tumorais, ou injetado na corrente sanguínea.

Quando o raio X é contraindicado?

O raio X é contraindicado para pessoas que não podem ser expostas à radiação. Segundo o chefe de radiologia Gustavo Meirelles, existe uma contraindicação clássica que é para gestantes, principalmente em uma fase inicial da gravidez, porque a radiação pode ter efeitos maléficos sobre o feto. Em uma fase mais avançada da gravidez pode ser realizado o exame de raio X, desde que se cubra o abdômen da gestante com uma manta a base de chumbo, evitando que a radiação tenha contato com o bebê.

Qual o preparo do paciente para fazer um exame de raio X?

Para o raio X diagnóstico de pulmão, seios da face ou ossos não é necessário nenhum preparo. Já em radiografias contrastadas podem ser necessários preparos especiais. Se o contraste for feito por via oral, é pedido o jejum e, caso seja um exame para avaliar o intestino, é necessária uma limpeza intestinal, com uma dieta específica para o exame, para que não haja muito resíduo alimentar. Se for contraste na veia – indicado para avaliação dos rins, por exemplo – o paciente também precisa estar em jejum, para reduzir eventuais efeitos colaterais do contraste.

Para realização do exame não é necessário levar nenhuma roupa especial. Em geral, o técnico pedirá para que você se desnude na parte do seu corpo que precise de exame ou caso necessário será oferecido um avental pela clínica durante o exame. Você também pode ser solicitado a remover jóias, óculos e objetos de metal, pois eles podem aparecer em um raio X.

Recomendações pós-exame

Depois de um raio X, você geralmente pode retomar as atividades normais. Raios X de rotina geralmente não têm efeitos colaterais. No entanto, se você receber meio de contraste antes do teste, beba muitos líquidos para ajudar a livrar seu corpo dele.

Ligue para o seu médico se tiver dor, inchaço ou vermelhidão no local da injeção. Pergunte ao seu médico sobre outros sinais e sintomas a serem observados.

Possíveis complicações/riscos

Quando usados apropriadamente, os benefícios diagnósticos das radiografias superam significativamente os riscos. As radiografias podem diagnosticar condições possivelmente ameaçadoras à vida, como vasos sanguíneos bloqueados, câncer ósseo e infecções.

No entanto, os raios X produzem radiação ionizante (uma forma de radiação que tem o potencial de prejudicar o tecido vivo). Este é um risco que aumenta com o número de exposições somadas ao longo da vida do indivíduo. No entanto, o risco de desenvolver câncer a partir da exposição à radiação é geralmente pequeno.

Em algumas pessoas, a injeção de um meio de contraste pode causar efeitos colaterais como:

  • Sensação de calor ou rubor
  • Gosto metálico
  • Tontura
  • Náusea
  • Urticária.

Diferença entre raio X, tomografia e ressonância magnética

O raio X e a tomografia são exames que utilizam radiação ionizante. Podemos dizer que a tomografia computadorizada é uma versão mais sofisticada do exame de raio X comum. A emissão do feixe é a mesma, em ambos os casos são emitidos raios X, mas na tomografia existe um processo computacional que faz a imagem adquirir três dimensões, resultando em imagens com resolução e quantidade de detalhes muito maior.

A ressonância magnética é completamente diferente, pois não usa radiação ionizante. É um exame que se baseia na ressonância magnética de átomos de hidrogênio para realizar a imagem. Por não ter radiação ionizante, pode ser utilizada em mulheres grávidas, inclusive para a análise de bebês.